Ambiente e Biodiversidade: Flamingos dão um colorido especial ao Paúl de Magos
O Flamingo (Phoenicopterus roseus) continua a ser uma das mais emblemáticas aves selvagens que de há uns anos a esta parte decidiu fixar-se durante longos períodos em algumas das regiões de Portugal. Há sete anos atrás estiveram no Paúl de Magos. Mas este ano voltaram em força e há mais de quatro semanas que pintam o Paúl de Magos com um rosa único e especial.


Foto: José Peixe

Foto: José Peixe
“Em Portugal não temos condições para isso, uma vez que estas aves nidificam apenas em colónia, em enormes áreas de hipersalina, que não existem em território português”, indicou o mesmo responsável da Wilder, Vítor Encarnação.
Mas porquê o aumento das populações? Por um lado, devido ao “aumento das medidas de conservação” na área do Mediterrâneo, onde estas aves nidificam em vários locais – Grécia, Tunísia, Itália, França (Camargue), Espanha (Doñana e Fonte de Piedra) – de onde algumas voam para Portugal quando chegam os meses mais frios.
Por outro lado, apesar de estar a aumentar o número de flamingos, os locais onde se reproduzem estão a sentir os efeitos da seca, desde há vários anos. A zona de “Doñana está agora seca; em Fonte de Piedra, a água está a diminuir cada vez mais”, exemplificou Vítor Encarnação.
Sem água, os flamingos não têm espaço para se reproduzirem. “Vêm para os sítios onde invernam, como sucede em Portugal, porque sabem que aí vão ter alimento.”
Para já ainda é cedo para se conhecerem as contagens de flamingos noutros locais do país, como o Estuário do Sado, mas o responsável do CEMPA acredita que vão acompanhar a tendência destes últimos anos.
Também há números crescentes destas aves na Ria de Aveiro, onde hoje se podem observar em locais onde há uns anos não ocorriam, contou recentemente à Wilder João Nunes da Silva, fotógrafo de natureza. Foi aqui que aliás se começou a detectar pela primeira vez a presença de flamingos em Portugal, nos anos 70.

Foto: José Peixe
Os resultados das contagens realizadas em anos anteriores mostram que a população rondava as 5.063 aves, em Janeiro de 2016 – isto para as principais zonas húmidas e não apenas o Estuário do Tejo. O número mais alto até hoje foi registado em 2012, também em Janeiro, com 9.060 flamingos contados de Norte a Sul do país.
“O aumento de flamingos é um bom sinal”, conclui Victor Encarnação, que deixa no entanto um alerta: “Se esta situação de seca se agravar, poderá haver problemas para esta espécie.”
Fonte: Nunca se contaram tantos flamingos no Estuário do Tejo – Wilder
José Peixe | Jornalista – Editor do RibatejoNews