Benavente: Foi destruído o último forno romano no Porto Alto

O último forno romano existente no concelho de Benavente (no Porto Alto), foi destruído com a conivência da Fundação Padre Tobias e a Junta de Freguesia de Samora Correia.

Foto: N.S.L/D.R
O Forno do Telhal na Estrada de Palhavã em Porto Alto está há mais de 20 anos a aguardar uma intervenção que permita salvar esta memória da Freguesia de Samora Correia.
Esta peça que testemunha a passagem dos Romanos por estas paragens está num terreno que é pertença do Centro de Bem Estar Social Padre Tobias, instituição onde a Junta de Freguesia participa na administração sendo o senhor presidente, o Tesoureiro.
A instituição vai celebrar um contrato de arrendamento com um privado para implementar um estaleiro junto ao rio Sorraia.

Foto: N.S.L/D.R
E o primeiro passo foi destruir o que restava do último dos fornos existentes.
Que falta de sensibilidade. Que falta de honestidade intelectual.
Todos sabem dos alertas que lancei publicamente e junto das autarquias(CMB e JF de Samora) e da instituição para se salvar esta memória.
Mas ninguém deu ouvidos.
Só importa o dinheiro que virá do arrendamento. Ninguém acautelou a preservação deste elemento único.
Recordo que o historiador samorense Padre Camilo Neves Martins descreveu este forno Romano como uma peça arqueológica rara que teria sido usada para cozer cerâmica: tijolo e telha destinado às construções em toda a região.
O historiador alertou para a necessidade de preservar este elemento arqueológico com mais de 500 anos de vida.

Foto: N.S.L/D.R
Segundo a investigação que fez foi um dos primeiros fornos de barro (tijolo) romano em Portugal.
Hoje pouco resta. Nada foi feito para preservar.
Se preservarmos as nossas memórias, será mais fácil construir o Futuro.
Um povo sem memória nunca poderá augurar um Futuro de progresso.
Nelson Silva Lopes – Texto e Fotos
Continuamos com atitudes de subdesenvolvimento relativamente ao nosso legado histórico (e não só), fruto de políticas desastrosas e de políticos medíocres. Assim vai Portugal e neste campo já teve melhores dias.
Boa noite! Já foi feita denúncia à tutela?
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/contactos/
Caros senhores, porque o meu comentário ainda não foi publicado? Há algum problema que deva ser omitido?
Obrigado.
Caríssimo Vítor Rafael Sousa aqui não existe Censura. Só não publicamos o seu comentário porque estivemos em Reportagem fora. Agradeço a sua participação. Um Abraço. J.P
Eu é que agradeço.
É um dos apressados.
É de bradar aos céus !
Que pena, não sabia da existência deste forno!
Mas, gostava de fazer uma pequena correção, este forno se era romano, tem que ter mais de 1700 anos, visto ser provavelmente o primeiro…terá ainda mais anos, os romanos passaram por essa zona no final de Sec.I.
Muito grata pela denúncia
Fernanda
Terra que enxovalha sua história e seu património merece ser é esquecida. Decompõe-se por um estaleiro, e que o estaleiro a enterre!
Penso que se refiram à tecnologia. Por todo o Portugal – sobretudo no Alentejo e Algarve – ainda se vê muita telha “romana”. Este forno pode ter 500 anos mas ter sido construído à maneira romana. Num saber e prática que se manteve inalterado por séculos e séculos. Mas, não sei, estou a falar de palpite.
Bom dia André! Mesmo falando de palpite é BOM que tenha participado. O projecto deste jornal comunitário é esse mesmo. fazer com que as pessoas participem. Um Abraço e Bom dia. Obrogado. Estêvão Valentim