Greve dos motoristas de matérias perigosas vai continuar. “Nós somos rijos como os cornos!”

Contrariamente ao que o Governo tinha planeado, o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) não admite que está isolado e continua em greve até que os chamem prosseguir com as negociações. “Os trabalhadores estão mobilizados, continuam a acreditar e não se deixem vergar, estamos aqui duros como o aço”, disse esta manhã o presidente do sindicato, Francisco São Bento, em Aveiras de Cima.
Alguns motoristas do piquete de greve optaram por rectificar a sua dureza: “Não é como o aço. Nós somos rijos como os cornos!”. Uma exclamação que foi muito utilizada na greve do dia 15 de Abril que paralisou o país e apanhou o Governo de António Costa desprevenido.
Francisco São Bento voltou a apelar aos responsáveis da Associação Nacional de Transportadores de Mercadorias (ANTRAM) para negociar durante a greve recordando o seguinte: “Não é a primeira vez nem será a última que se fazem negociações durante o decorrer de greves”.
Em relação à desistência do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), Francisco São Bento esclareceu que “não estamos isolados de modo nenhum. Nós iniciámos um processo negocial conjunto, ainda não tivemos contacto directo com os dirigentes do SIMM que devem estar a descansar, mas vamos falar com eles e vamos reagir a isso”.
Mas quanto aos motoristas de matérias perigosas a situação é bem clara: “Vamos continuar a greve até que se chegue a uma conclusão. Nem que isso dure um mês, seis meses, um ano, seja o tempo que for!”, afirmou o presidente do SNMMP.
Sobre o facto de o assessor do SNMMP, Pedro Pardal Henriques não estar esta manhã em Aveiras e desde ontem à noite não ser ele a prestar declarações à imprensa como tem feito até aqui, Francisco São Bento explicou que “o Pedro Pardal Henriques tem a sua vida para fazer, teve de ir ao escritório, mas não está a fugir da comunicação social, também está a fazer contactos. O que se passa aqui não é a vida do Pedro Pardal Henriques, é a vida dos 900 trabalhadores que querem continuar a lutar pelos seus direitos”.
José Peixe – Jornalista